AJUDANDO A AMAMENTAÇÃO EM CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNS
Existem duas abordagens possíveis quando os profissionais de saúde se deparam com uma mãe e um bebê que praticam amamentação ao seio e estão em circunstâncias incomuns. O mantra típico e mais comum é: “amamentar é o caminho para o melhor atendimento”, porém a resposta é: “dê leite em pó”. Por outro lado, se pensarmos bem, é possível fazer uma pausa e falar: “Amamentar é importante, vamos encontrar uma forma de fazer isso funcionar para que essa mãe e esse bebê possam continuar amamentando ao seio”. Ou pelo menos continuar recebendo leite materno ao invés de receber fórmula.
Um exemplo é a mãe diabética grávida cujo bebê ao nascer tem maior chance de hipoglicemia e, portanto, pode ser separado da mãe ao nascer, levado para a UTI Neonatal e receber fórmula como parte do “tratamento” da hipoglicemia.
Durante anos, pensei que poderia haver uma abordagem diferente, uma em que a saúde do bebê não fosse comprometida e, ao mesmo tempo, a amamentação ao seio e não usar fórmula também seriam uma prioridade. Venho defendendo a expressão pré-natal do colostro desde a década de 1990 e apresentei essa abordagem em uma conferência em Hamilton, Nova Zelândia, em 2004. Desde então, o hospital de Waikato tem encorajado as mães na clínica pré-natal de alto risco a extrair seu leite antes do nascimento para que o colostro possa ser oferecido ao bebê em vez da fórmula. Ao mesmo tempo, os bebês são mantidos pele a pele com a mãe, o que ajuda a manter a glicose no sangue, e o bebê tem a possibilidade de mamar assim que nasce.
Agora, finalmente, muitos anos depois, alguns pequenos estudos e muita experiência depois, um estudo chamado “Aconselhamento de mulheres com diabetes na gravidez para expressar seu leite no final da gravidez (Diabetes e extração de leite pré-natal [DAME]): um ensaio clínico randomizado multicêntrico e não cego” foi publicado no Lancet, uma das revistas médicas de maior prestígio do mundo. Isso mostra que a expressão pré-natal do colostro é segura, sem efeitos colaterais para a mãe ou para o bebê.
Foto 1:Expressão pré-natal do colostro. Demorou apenas 5 minutos para ordenhar essa quantidade.
Na nossa clínica, recomendamos que as mães comecem a tirar o leite por volta da 35ª semana de gestação. A mãe aprende a expressão manual que, quando as quantidades de leite ainda são pequenas, como esperado durante a gravidez, funciona melhor do que a extração com uma bomba. A mãe pode retirar o leite sempre que quiser, pelo menos uma vez ao dia e armazenar o leite em um recipiente conforme mostrado na foto ou tubo de ensaio ou conforme mostra o artigo. O leite é congelado e levado para o hospital assim numa bolsa térmica. Se houver preocupação que o bebê faça hipoglicemia após a amamentação imediatamente após o nascimento, ou se o bebê não amamentar, o colostro previamente extraído pode ser descongelado e administrado preferencialmente por um auxiliar de lactação junto ao seio, mas também pode ser no copo ou na colher.
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Copyright for the Portuguese version: Jack Newman MD, FRCPC 2020
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Translation: Dra Maria Luisa Silva Quintino (Brazil)