AMAMENTANDO O PREMATURO: PARTE 1
Se mães e bebês nascidos a termo não recebem ajuda competente para iniciar a amamentação na maioria dos hospitais, imagine como isso é pior com mães e bebês prematuros, que recebem ainda menos ajuda e tem a amamentação ainda mais prejudicada.
Parte 1: bebês prematuros precisam ficar em incubadoras?
Na maioria dos casos, não precisam. Bebês prematuros (e nascidos a termo) no Método Mãe Canguru (contato pele a pele durante grande parte do dia) são mais felizes e se estabilizam logo após o nascimento. Eles são mais estáveis do que bebês em incubadoras mesmo depois das primeiras horas após o nascimento do ponto de vista de estabilidade cardiovascular, trocas gasosas, pressão arterial e açúcar no sangue. Bebês prematuros em MMC (Método Mãe Canguru) têm menos probabilidade de parar de respirar por períodos prolongados (mais de 20 segundos é considerado prolongado) ou desenvolver bradicardias (frequência cardíaca diminuída) quando em contato pele a pele com os pais. Eles também mantêm a temperatura corporal melhor. Além disso, estudos mostram que o pele a pele das mães com seus bebês durante a punção venosa teve um efeito analgésico. E, o mais importante, quando mãe e bebê fizeram o Método Mãe Canguru, aumenta a probabilidade de início de amamentação mais cedo, conseguindo uma amamentação exclusiva ainda hospitalar. Além de tudo isso, não há evidências de que amamentar requer mais energia do que dar mamadeira, ao contrário do que muitos funcionários da UTIN acreditam.
Embora essas informações estejam disponíveis e publicadas em revistas médicas desde o início dos anos 1980 pelo menos, parece que na maioria das UTINs ao redor do mundo o Método Mãe Canguru não é feito.
Foto 1: Bebê prematuro, nascido com 28 semanas de gestação, com 1 semana de vida agora, em contato pele a pele com sua mãe. O Método Mãe Canguru ajuda o bebê a manter o calor corporal, frequência cardíaca, frequência respiratória, nível de açúcar no sangue, pressão arterial e incentiva o início precoce da amamentação.
Foto 2: Os pais também podem fazer pele a pele com seus bebês. Método Pai Canguru?
Aqui estão apenas alguns dos muitos artigos que mostram os resultados positivos do Método Mãe Canguru para bebês prematuros. Aqui mostro mais estudos mas uma lista completa passaria facilmente de centenas de estudos disponíveis na literatura científica.
Föhe K, Kropf S, Avenarius S. Skin-to-Skin Contact Improves Gas Exchange in Premature Infants. Journal of Perinatology 2000;5:311315.
Föhe K, Kropf S, Avenarius S. O contato pele a pele melhora a troca gasosa em bebês prematuros. Journal of Perinatology 2000; 5: 311315 .
“Durante o contato pele a pele, os prematuros não apenas permanecem clinicamente estáveis, mas também apresentam uma troca gasosa mais eficiente. Mesmo quando o paciente é removido do contato (transferido) para a incubadora, não há risco de hipotermia, mesmo em bebês com <1000g.”
Charpak N, Ruiz-Peláez JG, Figueroa de C Z, Charpak Y. A Randomized, Controlled Trial of Kangaroo Mother Care: Results of Follow-Up at 1 Year of Corrected Age. Pediatrics 2001;108:1072-1079
Charpak N, Ruiz-Peláez JG, Figueroa de CZ, Charpak Y. Um ensaio clínico randomizado e controlado de Cuidado pelo Método Mãe Canguru: resultados do seguimento com 1 ano de idade corrigida. Pediatrics 2001; 108: 1072-1079
“Esses resultados apoiam as descobertas anteriores dos efeitos benéficos do MMC na mortalidade e no crescimento da criança. O uso dessa técnica humanizaria a prática da neonatologia, promoveria o aleitamento materno e diminuiria o tempo de internação neonatal sem comprometer a sobrevivência, o crescimento ou o desenvolvimento.”
Bergman NJ, Linley LL, Fawcus SR. Randomized controlled trial of skin-to-skin contact from birth versus conventional incubator for physiological stabilization in 1200- to 2199-gram newborns. Acta Pædiatr 2004;93:779-785
Bergman NJ, Linley LL, Fawcus SR. Ensaio controlado randomizado de contato pele a pele desde o nascimento versus incubadora convencional para estabilização fisiológica em recém-nascidos de 1.200 a 2.199 gramas. Acta Pædiatr 2004; 93: 779-785
“O cuidado do recém-nascido fornecido pelo contato pele a pele no tórax da mãe resulta em melhores desfechos fisiológicos e melhor estabilidade do mesmo do que o mesmo cuidado fornecido em incubadoras fechadas. A instabilidade cardiorrespiratória observada em bebês separados nas primeiras 6h de vida é consistente com a biologia de “protesto-desespero” dos mamíferos e com os padrões de resposta de “hiperexcitação e dissociação” descritos em bebês humanos: recém-nascidos não devem ser separados de suas mães.”
Nyqvist KH, Anderson GC, Bergman N et al. Towards universal Kangaroo Mother Care: recommendations and report from the First European conference and Seventh International Workshop on Kangaroo Mother Care. Acta Pædiatrica 2010;99:820-826
Nyqvist KH, Anderson GC, Bergman N et al . Rumo ao Método Mãe Canguru universal: recomendações e relatório da Primeira Conferência Europeia e Sétimo Workshop Internacional sobre o Método Mãe Canguru. Acta Pædiatrica 2010; 99: 820-826
“O Método Mãe Canguru deve começar o mais rápido possível após o nascimento, manter o contato pele a pele contínuo na medida do que é possível e apropriado e continuar pelo tempo que for adequado.”
Luong KC, Nguyen TL, Huynh Thi DH, et al. Newly born low birthweight infants stabilise better in skin-to-skin contact than when separated from their mothers: a randomised controlled trial. Acta Paediatr 2016;105:381-390
Luong KC, Nguyen TL, Huynh Thi DH, et al. Recém-nascidos com baixo peso ao nascer se estabilizam melhor no contato pele a pele do que quando separados de suas mães: um ensaio clínico randomizado. Acta Paediatr 2016; 105: 381-390
“O contato pele a pele é um ambiente ideal para neonatos sem condições de risco de vida com peso de nascimento entre 1.500–2.500g. Ao prevenir a instabilidade que requer tratamento médico subsequente, este método pode salvar vidas em países de baixa renda.”
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Copyright for the English original: Jack Newman, MD, FRCPC, Andrea Polokova, 2017, 2018, 2020
Copyright for the Portuguese translation: Jack Newman, MD, FRCPC, 2020
Translation to the Portuguese: Maria Luisa Silva Quintino (Brazil)